segunda-feira, 4 de outubro de 2010

OK, vamos falar de baixo e alto ...

Por Reinaldo Azevedo ... Vai esquentar ...
04/10/2010


às 21:22

Ok, Dilma! Então chegou a hora de confrontar “o baixo mundo da política” com o “alto mundo da política”

(leia primeiro o post abaixo)

Leiam abaixo a fala de Dilma Rousseff. Gostei desta parte: “Será isso que será chamado a cada um de nós a apresentar”. O que será que isso significa?

Estamos diante de uma tática de comunicação, amplificada pelos “especialistas” em pesquisa que escrevem em jornais e sites. Definiu-se que o apoio de Dilma à legalização do aborto, que a imprensa vinha escondendo dos leitores — e, por enquanto, é mantido escondido dos telespectadores e ouvintes de rádio —, a impediu de vencer no primeiro turno. Pode ter contribuído, claro! Mas será mesmo isso? E se for o conjunto da obra?

Afirmar simplesmente que os eleitores mais refratários à descriminação do aborto migraram para Marina só porque ela é evangélica é um tanto apressado. Pode ter havido um movimento assim, mas terá sido o suficiente para que a Dilma dos até 59% dos votos válidos (segundo alguns institutos) tivesse 12 pontos a menos? E a migração teria se dado justamente para Marina, que se diz favorável a um plebiscito sobre o tema, o que gerou uma forte reação de um líder de sua mesma confissão religiosa?

Magnificar essa questão do aborto, tanto no PT como nos setores filopetistas da imprensa, é uma forma de mitigar os erros de alguns institutos de pesquisa — isso na hipótese benevolente — e o mau-caratismo explícito de outros, que estavam obviamente trabalhando direta ou indiretamente para a candidatura Dilma, cujos números, provavelmente, sempre estiveram inflados ou pela imperícia ou pela sem-vergonhice. Até um dia antes da eleição, o ibope apontava que o tucano José Serra poderia (!) vencer num único estado: o Acre — e olhem lá. Venceu em oito (vejam o mapa que publiquei de manhã). “Polêmica do aborto?” Ora…

Afirmou Dilma: “Eu considero que foi feita uma campanha perversa, com inverdades e quem me acusava não aparecia de forma clara.” Quais inverdades? Seria esta, por exemplo?


http://www.youtube.com/watch?v=TdjN9Lk67Io&feature=player_embedded

Não! Eu não quero satanizar Dilma Rousseff, não! Foi ela quem tomou a iniciativa, na campanha eleitoral, de afirmar que se opõe à mudança da lei. No vídeo acima, de 2007, e numa entrevista à Marie Claire, em 2008, defendeu, respectivamente, a descrminação e a legalização. Ou bem vem a público e diz: “Ah, eu era a favor, mas agora sou contra”, ou não há nem fofoca nem especulação na suposição de que pensa uma coisa e fala outra para tentar conquistar seus votos.


Dilma disse mais: “Nós estamos inocentes e de boa fé e não imaginávamos que esteja sendo construindo um processo do baixo mundo da política, da fofoca que são mentirosos!“. A que “baixo mundo da política” ela está se referindo? Vamos ser claros: “baixo mundo”, nessa disputa, foi o uso do delinqüentes para invadir sigilo fiscal de adversários e compor dossiês; “baixo mundo” é permitir que uma quadrilha opere na Casa Civil.

Eu diria que “baixo mundo” é até mesmo um presidente da República abrir mão do decoro do cargo para pregar a “extirpação” de partidos ou chamar um adversário, que ele já sabia um provável eleito a governo de Estado, de “esse sujeito” — fez isso com Alckmin. “Baixo mundo” é Mercadante afirmar que o governo de São Paulo boicotou convênios com o governo federal, o que é falso. “Baixo mundo” é construir a própria reputação procurando destruir a alheia, negando as óbvias conquistas do governo FHC.

Ok. Chegou a hora, então, de confrontar o “baixo mundo da política” com o “alto mundo da política”. Eu adoro esse debate!



Por Reinaldo Azevedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Só para lembrar ... São 500 caracteres por comentário ... se tiver a mais, faça-o em dois ou mais comentários ... tipo "continua" ...
Se for para discordar ... aqui não tem censura .. Abç