sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ex-Blog do Cesar Maia de hoje ... 10/ 09

LULA E AS PESQUISAS QUE VIRÃO!



1. Recomenda Duda Mendonça, controller dos programas de Dilma: Quem bate, perde. Por que então Lula bateu em Serra no caso das quebras de sigilo fiscal de pelo menos 1400 pessoas e de pessoas ligadas ao partido opositor? Por que Lula foi pessoalmente a TV atacar, ocupando um terço do horário eleitoral de Dilma? Por que não foi um locutor, como seria apropriado em casos como este?

2. A participação de Lula tem dois aspectos 'ocultos pelo verbo', como se diz nas aulas de português. O primeiro, Lula ao entrar no programa de Dilma pessoalmente, informa que Dilma não sabe se defender e nem comanda seu próprio programa de TV. O eleitor deduz que se ela não coordena seu programa, como será no governo? Se não é a atriz principal, como será no governo? Precisa da presença do padrinho. Isso a enfraquece.

3. O segundo é que os números de pesquisas -qualitativas e quantitativas- internas já refletem isso, e, num risco de segundo turno, chamaram o 'salvador'. Todos sabem que uma pequena inflexão nos números de Dilma leva ao segundo turno. Basta ela apontar para 45% das intenções de voto para se estar na margem de erro em relação ao segundo turno.

4. Como a opinião pública é afetada por ondas, a primeira já produziu efeitos, e as que vêm sempre empurradas pela primeira também terão efeito. Não que isso inverta a liderança nas pesquisas. Mas que o segundo turno passou a ser uma probabilidade, isso passou. Talvez hoje a possibilidade de um segundo turno já esteja em 50%.

5. Os riscos sentidos por empresários e classe média com renda mais alta em relação a seus sigilos fiscal, bancário e grampos generalizados, já afetam sua decisão de voto, que começa a deixar de ser do tipo "tanto faz". A privacidade atingida já é percebida por esses segmentos. Se alcançar parte dos demais, ainda não se sabe.
Mas no andar de cima, já alcançou.

* * *

CAMPANHA ELEITORAL NÃO TRATA DE POLÍTICA INTERNACIONAL!



1. Inacreditável que depois de se agitar a importância internacional do Brasil, de Lula fazer contatos e viagens que lhe tomaram quase 4 meses de governo, de assuntos polêmicos como os subsídios à agricultura dos países desenvolvidos, da situação da Venezuela, dos problemas com a Bolívia (Gás) e Paraguai (Itaipu), das relações com o Irã, do crescimento enorme do número de embaixadas, das viagens à África, o tema Política Internacional inexista na campanha eleitoral.

2. (Eliane Catanhede-Folha SP, 10) "Contrariando as expectativas, a política externa tem sido a grande ausente da campanha eleitoral. Nada se vê, se ouve ou se discute sobre relações com Washington, União Europeia, América do Sul, China e Irã. É uma pena, mas faz sentido. Para a candidata da situação, basta aparecer ao lado de Lula. Para o candidato de oposição, só resta falar de saúde e de quebra de sigilo fiscal. Não há espaço para debater o mundo e o Brasil no mundo.

3. Dilma teria dificuldade para explicar a legitimação de um regime como o de Ahmadinejad, a aliança ‘cumpanheira’ com Hugo Chávez e a lambança em Honduras. E Serra teria que engolir, sem contestar, vitórias como o salto de qualidade do Brasil no exterior. Sem oposição real, nem parlamentar, nem dos sindicatos, nem dos movimentos sociais, quem acabou fazendo às vezes de criticar e cobrar o governo foram embaixadores ou ex-ministros que ocuparam posições de destaque com FHC, como Rubens Barbosa, Celso Lafer, Luiz Felipe Lampreia. Mas eles ficaram roucos de tanto falar, sem serem ouvidos por Lula nem considerados pelo PSDB."

* * *

            FRACASSO: AS UPAS AGORA VÃO SER PRIVATIZADAS!



1. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) -montadas em containeres e equipamentos terceirizados, e apresentadas como grande solução para a saúde pública pelo governo do Estado do Rio- fracassaram. Até o ministério da saúde entrou nessa, dizendo que ia levá-las a outros Estados. Elas nunca funcionaram 24 horas, a menos que por pessoal de enfermagem. E mal funcional durante o dia.



2. Eram Postos de Saúde Públicos e, por isso, seu pessoal seria de servidores públicos concursados para a secretaria estadual de saúde. Nenhum período do dia funcionava direito, por falta de pessoal. E foram transferindo serviços para hospitais. A lenda do desafogamento dos hospitais ficou exposta. Chutam números, porém nunca publicaram os dados oficiais do SUS de seus atendimentos, já que tem que preencher os formulários.



3. Depois o governo do Estado resolveu que iria ocupá-las com Bombeiros Médicos e Enfermeiros. Fizeram concurso e contrataram 5 mil. De médicos restam poucos. Os problemas de não atendimento continuam se agravando.



4. Agora o governo do Estado resolveu privatizá-las. Publicou edital de licitação entregando todo o seu atendimento ao setor privado. O Tribunal de Contas do Estado sustou a licitação por irregularidades. Um posto de saúde com gestão privada será uma peça isolada na gestão de saúde, pois o atendimento básico exige gestão pública para que esteja integrado na rede e seja percebido assim pelos hospitais, e não como um transferidor de pacientes.



5. Os servidores da Saúde reagirão com a transferência de responsabilidades, que ocorrerá inevitavelmente para sustentar a taxa de lucro das empresas controladoras. Afinal, os servidores públicos sabem que estarão recebendo a metade dos privatizados, e trabalharão e produzirão o dobro. A solução mágica derreteu. Fracassou a primeira etapa. Fracassou a segunda tentativa, e fracassará a terceira pelas razões descritas.

VOLTA O CORONELISMO À POLÍTICA!

(Trechos - Gustavo Bezerra) O maior coronel da política brasileira em todos os tempos chama-se Luiz Inácio Lula da Silva. Nenhum outro político encarnou tão perfeitamente as velhas práticas mandonistas dos grotões. Lula daria farto material para vários livros de Jorge Amado e de Dias Gomes. Ele transformou o coronelismo, que muitos achavam desaparecido, numa forma de arte, uma verdadeira instituição nacional. Sob Lula e o PT, as práticas coronelísticas foram ampliadas, atingindo um patamar muito mais elevado de sofisticação. Uma prática comum entre os maiorais do sertão é a troca de farpas, ou tiros, para depois se reconciliarem e partilharem o poder, numa grande e alegre festa regada a muito forró, cachaça e buchada de bode. Em outras épocas, o coronel local dizia a "seu" povo em quem ele deveria votar - geralmente, um parente ou amigo. "Vote em Chiquinho da Farmácia: ele é amigo do coronel Totonho". E assim se perpetuava o sistema, com a eleição de testas-de-ferro e nulidades. Hoje, a campanha eleitoral do PT diz: "Vote em Dilma: ela é amiga de Lula".

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