quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Repassando do NYT - Sobre o colega Chaves ... Amigo do vc sabe quem

Por: Simon Romero
Para o The New York Times 
Tradução de FRANCISCO VIANNA


Muitas pessoas nesta cidade, fazendo piada da própria miseria, dizem que provavelmente estariam muito mais seguras morando em Bagdá. E as estatísticas oficiais, apesar de reconhecidamente manipuladas pelo governo, lhes dão inteira razão.

No Iraque, um país com a mesma população da Venezuela, houve 4.644 mortes de civis provocadas pela violência em 2009, segundo o Irak Body Count; nesse mesmo ano, na Venezuela, o número de assassinatos superou os 16.000, ou seja, quase quatro vezes maior do que o de um país em estado de guerra. Até a infame guerra entre os cartéis do narcotráfico no México tem tirado menos vidas de forma violenta.

Os venezuelanos têm suportado essas estatísticas sombrias durante anos. Os que têm como fazê-lo se escondem em casas protegidas por altos muros e contratam especialistas em segurança no exterior para que os aconselhem sobre como evitar sequestros e assassinatos. Mas, uma foto de capa de um dos principais jornais independentes do país – e a reação do governo à sua divulgação – causou comoção em toda a Venezuela e reavivou o debate público sobre os crimes violentos. A foto do jornal ‘El Nacional’ é inquestionavelmente mórbida. Mostra uma dezena de vítimas de homicídios, todas estendidas na maior morgue da cidade, como uma simples amostra da violência durante um período de apenas dois dias inusitadamente anárquicos nesta perigosa cidade.

Um juizado ordenou que o jornal deixasse de publicar imagens de violência, como se isso pudesse calar as crescentes perguntas sobre por que o governo – que diz proclamar uma revolução com base nos “valores socialistas” – não consegue eliminar a perigosa brecha que exacerba o conflito, estimulado ideologicamente entre ricos e pobres, que transforma as ruas do país em verdadeiros campos de batalha.

A Venezuela é vítima de uma onda de homicídios que tem se prolongado por uma década e que já soma a impressionante cifra de 118.541 mortos desde que o presidente Hugo Chávez assumiu seu cargo, em 1999, segundo o Observatório da Violência Venezuelana, uma ONG que elabora as suas próprias estatísticas com base nos registros policiais (o governo de há muito que deixou de publicar suas próprias estatísticas referentes a homicídios, mas que não tem contestado os números apresentados pela ONG).

De 2007 até hoje 43.792 pessoas foram violentamente assassinadas na Venezuela, de acordo com a ONG Observatório, em comparação com as 28.000 mortes causadas pela violência relacionada com as drogas no México desde dezembro de 2006. A própria cidade de Caracas praticamente não tem rival entre as grandes cidades da América no que se refere ao índice de homicídios, que na atualidade chega ao redor de 200 para cada 100.000 habitantes, segundo Roberto Briceño León, o sociólogo da Universidade Central da Venezuela, que dirige a ONG Observatório de Violência. Os números obtidos recentemente revelam que a proporção é de 22,7 para cada 100.000 habitantes em Bogotá e 14 por cada 100.000 habitantes em São Paulo. Tal como soe ser destacado pelo governo de Chávez, o problema criminal da Venezuela não surgiu da noite para o dia, e a preocupação pelos crimes era anterior a sua chegada ao poder. Mas, o fato é que, desde então, os especialistas descrevem um aumento acentuado de assassinatos ao longo da última década como um fenômeno sem precedente na história venezuelana; no ano passado, o número de homicídios foi quase o triplo do que houve em 1998, quando Chávez foi eleito presidente.

As razões de tal aumento expressivo são complexas e várias, dizem os entendidos. Embora muitas economias latino-americanas estejam crescendo com rapidez, a da Venezuela não para de encolher e o empobrecimento é visível e constrangedor. O abismo entre ricos e pobres continua se ampliando e se aprofundando – apesar do gasto do regime em ‘programas contra a pobreza’ –, o que alimenta o ressentimento. Além disso, o país está inundado de armas ilegais.

O FATOR CHÁVEZ

Alguns especialistas em crimes, no entanto, dizem que é preciso levar em conta outro fator: o próprio governo de Chávez. O sistema judicial se tornou cada vez mais ‘politizado’, ao perder juízes independentes e alinhar-se mais submissamente ao movimento político de Chávez, o famigerado ‘socialismo bolivariano do século XXI’. Muitos empregados veteranos estatais tem sido compelidos a abandonar o serviço público e inclusive o próprio país.

Mais de 90% dos assassinatos ficam sem ser resolvidos, sem uma prisão sequer, disse Briceño. Ao contrário, os ajuizamentos dos críticos de Chávez – incluindo juízes, generais dissidentes e executivos da mídia – são cada vez mais habituais com processos que correm céleres e obtêm sentenças em tempos recordes.

Todavia o governo afirma que está tentando enfrentar o problema. Recentemente, criou uma força de segurança, a Polícia Nacional Bolivariana, e uma nova Universidade de Segurança Experimental, onde os recrutas recebem treinamento de assessores provenientes de Cuba e da Nicarágua, dois aliados que historicamente têm mantido seus índices de criminalidade entre os mais baixos da América latina. Afirma que a prioridade absoluta dessa nova polícia nacional, como disse Víctor Díaz, o oficial responsável pela nova ‘universidade’, é "o respeito ilimitado pelos direitos humanos". "Não estou dizendo que seremos fracos – explicou –, mas a idéia é usar o diálogo e a dissuasão como métodos de controle verbal ao nos enfrentarmos com problemas".

Funcionários de alto escalão do governo de Chávez dizem, no entanto, que a criação dessa nova polícia nacional, cujas fileiras somam menos de 2.500 agentes efetivos, tem conseguido reduzir o número de homicídios pelo menos numa zona violenta de Caracas que a nova força começou a patrulhar este ano, embora grupos de direitos humanos advirtam que as ações policiais têm sido excessivamente tímidas e sem o respaldo judicial efetivo que necessitariam para serem impactantes.



Saudações,

Um comentário:

  1. Um modelo de pressão com associação ao crime oficializado, que mata e se vangloria de colocar dados falsos internacionalmente, para ganhar holofotes e chamar atenção para sua "cruzada" anti-americana, que no fundo é o seu maior comprador de petroleo, e que por essa e por outras, deixa claro que esse sr. não passa de um ditador fanfarrão, a lá Mussolini, com a enganação tradicional dos ditadores e enganadores, que só visam o enriquecimento do grupo que só quer poder pelo poder e com mais dinheiro possível ... para na hora que cansarem (se isso for possível) migrarem para algum paraiso fiscal e burocrático, para se bancarem no meio de lindas mulheres e muito champagne frances e com mais ainda caviar beluga ...
    Essa corja agente já conhece ...

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