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INFALIBILIDADE DOS PAPAS
Humberto Rodrigues Neto
Por absurdo que possa parecer, em 1870, durante o pontificado de Pio IX, foi declarada a infalibilidade do Papa. Ora, se aquele pontífice foi declarado infalível, ou seja, infenso a quaisquer tipos de falhas, temos que admitir que os demais Papas também o foram.
Então vejamos:
O Papa Marcelino entrou no templo das vestais e ofereceu incenso a Vesta, a deusa do paganismo, demonstrando ser idólatra, e, o que é pior, apóstata! Libório consentiu na condenação de Atanásio. Depois, adotou o Arianismo, crença considerada herética pela Igreja e que era professada por Atanásio.
Pascoal II e Eugênio III autorizavam os duelos, condenados pelo Cristo, enquanto Júlio II e Pio IV os proibiram. Adriano II, em 872, declarou válido o casamento civil; entretanto, Pio VII, em l823, condenou-o.
Xisto V publicou uma edição da Bíblia, recomendando, por bula, a sua leitura. No entanto, aquele mesmo Pio VII, citado no parágrafo anterior, excomungou a edição. Clemente XIV aboliu a Companhia de Jesus, que fora permitida por Paulo III.
Virgílio comprou o papado de Beluário, tenente do imperador Justiniano. Por isso, foi condenado no segundo Concílio de Caledônia, no qual ficou estabelecido este cânone: “O bispo que venha a elevar-se pelo poder do dinheiro, será degradado”. Todavia, Eugênio III, seis séculos após, fez o mesmo que Virgílio, sendo repreendido por São Bernardo, que era a cabeça cristã mais brilhante da época.
Temos a história do Papa Formoso: Estêvão XI fez exumar o seu corpo, com as vestes pontifícias; mandou cortar-lhe os dedos e o arrojou ao Rio Tibre, em Roma. Estêvão foi, depois, envenenado, e, tanto Romano como João, seus sucessores, reabilitaram a memória de Formoso.
Barônio sustenta que as poderosas cortesãs da época vendiam, trocavam, e até se apoderavam dos bispados. É horrível dizê-lo, mas tinham tal influência sobre os cardeais, que algumas faziam papas aos seus amantes!
Genebardo afirma que, durante 150 anos, os Papas, em vez de apóstolos, foram apóstatas. E devia saber, evidentemente, que João XII foi eleito com a idade de apenas 18 anos, e que seu antecessor era filho do papa Sérgio, produto de uma união ilícita com Marozzia, tal a influência que esta exercia sobre os bispados.
Alexandre VI nada mais era que César Bórgia, conhecido libertino, que mantinha amores incestuosos com sua irmã, Lucrécia Bórgia. João XXII negou a imortalidade da alma, sendo deposto pelo Concílio de Constança.
Não vamos falar dos diversos Cismas sofridos pela Igreja, senão a coisa fica mais feia. Nem entraremos em detalhes estarrecedores sobre o fato de dois, três e até quatro papas governarem ao mesmo tempo em cidades diferentes, excomungando-se reciprocamente e, por consequência, excomungando a todos os católicos que os apoiavam.
Houve época, portanto, em que todos os católicos foram excomungados, pois sempre pertenciam a uma das greis dos quatro papas que sofreram, ao mesmo tempo, a excomunhão lançada sobre si pelos papas adversários.
Estes são os homens que a Igreja considerava, e ainda considera, infalíveis!
Bibliografia:
Roma e o Evangelho, de D. José A. Y Pellicer.
A História Secreta dos Conclaves – Paul Lesourd
Enciclopédia Barsa – Câmara Britânica do Livro.
Desde sempre faço minhas colocações sobre o assunto "Igreja", e esse post vai de encontro a tudo que falo.
Digo e repito que nos tempos quando a "religião católica" e semelhantes eram perseguidas por Roma, esta dominava o Mundo conhecido pela força de seus exércitos, com o alto custo de sua manutenção (pagamento de seus salários - soldos), e dessa forma a coisa tendia a não ficar muito favorável aos cofres romanos, claro ... Pois a necessidade de se conquistar e saquear era cada vez mais necessária e urgente. A História conta isso com detalhes.
Mas daí surgiu a ideia de se não mais pagar e sim receber, e isso veio das épocas de Constantino, que sendo Imperador romano, percebeu que seria mais inteligente encampar a ideia do que combatê-la. Dessa forma eliminaria uma série de situações subversivas para a época e reverteria o processo de esvaziamento dos ricos cofres romanos.
Ao tornar a religião católica, o Cristianismo como "oficial" e se tornando seu dirigente mór, as coisas se encaminharam para outro lado bem mais rentável, pois não se pagariam mais os elevados soldos e se passaria a receber de forma organizada as doações e outros tributos institucionalizados por Roma, e por consequência utilizar seus exércitos para uma nova empreitada, que seriam mais tarde conhecidas como as Cruzadas, ou a imposição de uma religião única e exclusiva, a todos os povos por onde Roma já havia estado presente pela força, e agora pela "fé".
A grosso modo a coisa se resume dessa forma, com os desvios naturais do caráter humano, como pode-se ver acima, tendo as mais variadas formas de luta pelo poder que não é pouco nem pequeno, desde aquela época, muito pelo contrário, já que naqueles tempos, a palavra da igreja era lei suprema e essa mandava tanto ou mais que os governantes dos reinos daqueles tempos. A Igreja mandava e os Reis obedeciam em troca de favores reais e eclesiásticos, como um lugar garantido no céu ... ! Interesses e interesses, bem ao estilo dos interesses !